Vinho do mês [NOVEMBRO/2012]: Almaviva 2006
Publicado por Blog Vinho SIM em 3.12.12 com Sem comentários
Quem vem acompanhando o Vinho SIM já se acostumou a ver no
final de cada mês, o artigo Vinho do mês, em que seleciono o vinho melhor
avaliado nos últimos 30 dias (ou um pouquinho mais, em casos excepcionais) para
comentar aqui.
O vinho de outubro (relembre),
o fantástico Special Blend 2007, da Bodegas del Fin del Mundo foi bastante
acessado e agora chegou a vez de um ícone chileno, o Almaviva 2006.
O site da vinícola Almaviva, traz a seguinte descrição:
“Em 1997, a baronesa Philippine de Rothschild,
assessora-presidente da Baron Philippe de Rothschild S.A. e Don Eduardo
Guilisasti Tagle, presidente da Viña Concha y Toro S.A., firmaram um
acordo de sociedade com a ideia de criar um vinho premium franco-chileno
excepcional. Desta fusão surgiu o Almaviva.
Produzido sob a
supervisão conjunta dos dois sócios, a primeira colheita foi sucesso
internacional imediato assim que foi lançada ao mercado, em 1998.
O nome
Almaviva, apesar da ressonância hispânica, pertence à literatura clássica
francesa: O Conde de Almaviva é o herói de O Casamento de Fígaro,
a famosa comédia de Beaumarchais (1732-1799), mais tarde transformada em
ópera pelo gênio Mozart.
O logotipo, por
sua vez, faz uma homenagem à história da ancestralidade do Chile, com três
reproduções que simbolizam a visão da terra e do cosmos na civilização Mapuche.
O rótulo exibe o nome de "Almaviva" com o manuscrito original de
Beaumarchais.”
Localizada em
Puente Alto - a parte mais alta do Vale do Maipo, zona central do Chile e
reconhecida como ideal para a produção de Cabernet Sauvigon, a vinícola,
projetada pelo arquiteto Martín Hurtado, une toda a modernidade de um “desenho”
muito funcional com as tradições dos nativos da região, desde a utilização de
madeira provinda do Sul do Chile até a decoração com símbolos e artefatos da
cultura mapuche.
Apesar de
jovem, a vinícola certamente veio pra ficar. Ou melhor, já está!
Ufa, vamos ao
vinho!
Escrever sobre
uma safra boa no Chile é chover no molhado. Nos últimos anos o país vem
experimentando boas safras uma após a outra, o que colabora muito com a
crescente produção de vinhos ícones, como é o caso, porém 2006 teve suas
particularidades. O inverno um
pouco menos chuvoso que a média trouxe um sofrimento extra às videiras, o que
garantiu um brotamento homogênio, que gerou posteriormente frutos com excelente
concentração de açúcar, ainda mais potencializado pelas já comuns poucas chuvas
do verão e pela grande amplitude térmica do Maipo. As baixas temperaturas de
abril desaceleraram um pouco o amadurecimento final das uvas, tendo a colheita
sido sido iniciada no final de abril.
Provei o
Almaviva 2006, um corte de 63% Cabernet Sauvignon, 26 Carmenère, 9% Cabernet
Franc e 2% Merlot, que estagiou 17 meses em barricas de carvalho francês novas
na companhia do amigo e enófilo Waldemar de Lello Jr., grande apreciador dos ícones
chilenos e as impressões foram as seguintes.
Coloração
vermelho rubi de grande intensidade, tingindo a taça com veemência. Límpido e
brilhante. No nariz, o vinho começa a justificar seu nome, pois realmente tem
uma grande alma, apresentando novidades incríveis com o passar dos minutos. A
proposital não utilização de um decanter trouxe mais prazer à nossa
prova, pois a oxigenação foi mais demorada, facilitando que pudéssemos notar as
mudanças da paleta olfativa do vinho. De cara, muita fruta vermelha (groselha e framboesa) e negra (amora, mirtilo e ameixa) em
compota e pimentão entremeados por notas de carvalho novo, que imprimem um
caráter “verde”, um pouco selvagem, mas sem agressividade. Em alguns segundos,
um tostado, baunilha, tabaco, mentolado e chocolate também deram o ar da graça. É daqueles vinhos que dá vontade de ficar curtindo os aromas
por muito tempo. Paladar de grande estrutura, mastigável. Muita fruta madura bem contornada pela acidez. Taninos maduros. Excelente equilíbrio. Ótimo para consumo, mas certamente ainda deverá evoluir por longos anos. Muito persistente.
Uma curiosidade sobre este vinho é que ele não possui importador, é trazido ao Brasil por negociantes, prática muito comum na França, mas bem incomum por aqui.
Apesar do preço salgado, é um vinho super recomendado!
Uma curiosidade sobre este vinho é que ele não possui importador, é trazido ao Brasil por negociantes, prática muito comum na França, mas bem incomum por aqui.
Apesar do preço salgado, é um vinho super recomendado!
R$ 400,00 ~ R$ 700,00 | Álcool 14,5 %
Avaliação VINHO SIM: REFINADO (18/20)
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