sábado, 16 de março de 2013

Ranking Vinho SIM de espumantes Nacionais 2012-2013 - Categoria Demi-Seco - RESULTADO FINAL


Avaliados os espumantes das categorias Brut ChampenoiseBrut & Rosé, Prosecco, Brut Charmat Branco e Brut Charmat Rosé, chegou a vez dos espumantes classificados como demi-seco.

Nesta categoria, a regra é que os espumantes devem conter de 20g/L até 60g/L de açúcar residual, denotando uma categoria intermediária entre o Brut (de 15 à 20 g/L) e o Suave (mais que 60 g/L).

Surpreendentemente foram inscritas 8 amostras nesta categoria, sendo 7 delas elaboradas pelo método Charmat e uma pelo método Champenoise.

Lembro à todos que este ranking, contou com a ajuda de bastante gente e caso queiram conhecer ou relembrar as critérios usados, saber quem foram os convidados ou mesmo ver fotos do evento sugiro a leitura DESTE POST, onde escrevi todos estes e mais alguns detalhes sobre esta grande prova.

Saúde e divirtam-se!



RESULTADO FINAL – DEMI-SECO




Vinho
Safra
Produtor
Região
$ médio
Nota
1
Insinuante
-
Gheller
Guaporé - RS
30,00
15,5
2
Kranz
2011
Kranz
Treze Tílias – SC
22,00
14,5
3
Alto Vale
-
Donmo
Bento Golçalves - RS
25,00
14,0
4
Tributo
-
Marco Luigi
Bento Gonçalves - RS
28,00
14,0
5
Salton
-
Salton
Bento Gonçalves - RS
19,00
13,75
6
Monte Paschoal
-
Basso
Farroupilha - RS
22,00
12,5
7
Chance
2011
Villagio Grando
Campos de Herciópolis - SC
*
11,5
8
Panceri**
-
Panceri
Tangará - SC
 -
11,5















*  não foi possível estabelecer um preço médio, pois não encontrei-o à venda num número considerável de estabelecimentos.

** ainda não lançado.



1. Gheller Insinuante

Região: Guaporé – RS
Uvas: 100% Trebbiano.
Álcool: 7,5%.

De cara, duas características me chamaram muito a atenção. A primeira foi o método utilizado para elaboração: Champenoise com 12 meses de contato com as borras. Creio que seja o único demi-seco nacional elaborado por este método! A segunda é a escolha da casta para elaboração: a Trebbiano. Não tenho notícias sobre qualquer outro espumante elaborado com esta casta no Brasil.

E o resultado de tudo isso?

Aprovado! Boa perlage, fina e persistente. Coloração dourada com pouco brilho. Aromas de frutas brancas, frutas secas e alguns toques de confeitaria. Na boca é relativamente refrescante e possui boa persistência. Surpreendente.

**** / $$


2. Kranz Rosé Demi Seco 2011

Região: Treze Tílias – SC
Uvas: 100% Cabernet Sauvignon
Álcool: 12%.

O único rosé e um dos dois únicos safrados da categoria, produzido com 100% Cabernet Sauvignon é um espumante bastante interessante, com notas frutadas, boa acidez e boa persistência.

*** / $$


3. Domno Alto Vale

Região: Bento Gonçalves – RS
Uvas: 50% Chardonnay 50%, 20% Pinot Noir 20% e 30% Riesling
Álcool: 12%.

Aromas de frutas cítricas com toques florais. Boa acidez e boa persistência.

*** / $$


4. Marco Luigi Tributo

Região: Bento Gonçalves – RS
Álcool: 12%.

Aromas de frutas secas com toques florais. Boa acidez e um final levemente adocicado.

*** / $$


5. Salton Demi-Sec

Região: Bento Gonçalves – RS
Álcool: 12%.

Bonita perlage. Aromas de frutas cítricas com destaque para maçã verde com toques florais. Boa acidez e média persistência.

** / $$


6. Basso Monte Paschoal

Região: Farroupilha – RS
Álcool: 12%.
Uvas: Chardonnay e Riesling.

Aroma bastante evidente de lima, com alguns toques de limão e abacaxi. Paladar leve, lembrando novamente lima. Leve amargor que também remete à lima, sem incomodar.

** / $$


7. Villagio Grando Chance

Região: Campos de Herciópolis – Água Doce - SC
Álcool: 11%.
Uvas: 100% Riesling.

Um dos únicos dois safrados desta categoria, este 100% Risling produzido em Santa catarina mostrou-se frutado com algum toque floral. Na boca, a acidez um pouco baixa, não traz à tona aquela vontade de continuar bebendo.

** / $$


8. Panceri Demi-Sec

Região: Tangará - SC

Espumante ainda não lançado no mercado. Solicitei à vinícola as informações sobre quantidade de álcool, uvas utilizadas, método de produção, etc, mas não recebi nenhum retorno.

Apresentou notas cítricas, com algum destaque para maçã verdade e lima. Na boca, possui baixa acidez e deixa um leve amargor, ambas características que diminuem a vontade de continuar bebendo.

** / $$


Comentários Vinho SIM

Nesta categoria, vale ressaltar um grande “problema”: a falta de personalidade da maioria das amostras, principalmente pela pouca acidez apresentada, o que deixou em diversos casos um final adocicado bastante desagradável.
De forma geral, posso dizer que os resultados não foram dos melhores, mas não se pode dizer que foram decepcionantes, pois não havia muita expectativa nesta categoria.  Posso dizer que foi uma prova interessante, em que alguns produtos, se forem tratados com mais carinho e atenção nas próximas safras, podem gerar ótimos resultados.

Que Baco nos ilumine!

2 comentários:

  1. Independente do resultado, é muito deselegante dizer que um produtor que nao tem ajuda do governo, tem o preconceito dos consumidores do seu próprio pais, ouvir de profissionais dispostos a avaliar seus vinhos, que eles precisam de mais carinho e atenção.
    Antes deste tipo de comentário, é preciso entender como é ser um produtor de vinho no Brasil e ainda vender esse vinho.
    Eu vendo vinho e torço muito pelo vinho brasileiro, por isso acredito que os vinhos brasileiros nao merecem esse tipo de critica, mas SIM, enaltecer o que eles tem de melhor.

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  2. Caro anônimo,

    Pelo jeito o senhor não acompanha o Vinho SIM e, por isso, sugiro que leia outras matérias do blog antes de fazer colocações “acredito que os vinhos brasileiros não merecem este tipo de crítica”.

    Sou um grande defensor do vinho nacional e, provavelmente, o Vinho SIM seja um dos blogs que mais fala sobre o nosso vinho. Não conheço todos os produtores brasileiros, mas conheço muitos deles e sei muito bem da luta que é, para a maioria, produzir vinhos no Brasil, no entanto, o que mais caracteriza o Vinho SIM é a forma direta como expresso minha opinião (no caso do RVS Espumantes Nacionais 2012-2013, a opnião de todos que participaram), pois sei que é isso que os leitores querem, uma opinião isenta e verdadeira.

    Esta prova avaliou quase 100 amostras e as que mereceram elogios os receberam, assim como as que mereceram críticas as receberam.

    Seria muito mais cômodo apenas citar os resultados das amostras que tiveram boas notas ou mesmo me eximir de dar uma opinião geral da categoria, no entanto não acredito que apenas apontar as qualidades e omitir os defeitos seja um tipo de atitude que acrescente algo aos leitores e tampouco ao vinho nacional.

    As críticas são importantes para a reflexão, por isso estou disposto a recebê-las e, quando achar que vela a pena, respondê-las.

    Agradeço sua visita e seu comentário. Estou à disposição para trocarmos mais ideias sobre o RVS Espumantes Nacionais 2012-2013 e também sobre o vinho nacional de forma geral.

    Um abraço.

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